A consultora internacional Arcadis, que avalia temas relacionados à infraestrutura, meio ambiente e planejamento urbano, elaborou um índice de Cidades Sustentáveis para determinar quais são aquelas onde melhor se relacionam o impacto ambiental, a sustentabilidade financeira e a qualidade de vida.
Foram analisadas 50 cidades de 31 países - entre as quais São Paulo - que apresentam grande expansão geográfica e variados níveis de desenvolvimento econômico, expectativas de crescimento e desafios de sustentabilidade.
Veja os resultados gerais e por indicadores a seguir.
Antes de falar sobre os resultados finais, é necessário mencionar que o conceito de sustentabilidade usado no índice corresponde à definição sobre o desenvolvimento sustentável realizada pelas Nações Unidas: "o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades."
Através disto, foram estabelecidos três indicadores: “Pessoas”, “Planeta” e “Lucros”. Ao observar os resultados em cada um, é possível observar as distintas avaliações de cada cidade e como varia sua posição nas listas específicas e geral.
Resultados por indicadores
“Pessoas”
Este indicador mede a interação entre uma cidade e seus habitantes, o que é definido como "rendimento social de uma cidade" e que leva em conta nove fatores que incidem na qualidade de vida. Entre estes estão as áreas verdes, a educação, o equilíbrio entre a vida e o trabalho, a dependência que gera a cidade segundo as necessidades, os impostos, o transporte e a saúde.
De acordo com estes indicadores, entre os 10 primeiros lugares dominam as cidades europeias com a presença de seis delas, o que se explica pelas altas avaliações no quesito transporte.
No caso de Roterdam, cidade que lidera o índice, esta situação é dada pela infraestrutura da sua rede de transporte público integrada por ônibus, metrô e trens. Além disso, outro aspecto positivo foi que nesta cidade, procura-se equilibrar a vida e o trabalho graça a carga horária e o valor das suas propriedades, que em comparação com as demais cidades dos dez primeiros lugares, são 60% mais econômicas.
De fato, em termos gerais, o estudo considera que as 10 primeiras cidades estão se tornando cada vez menos acessíveis a seus habitantes devido aos altos custos das propriedades.
Nas cidades de Seul e Hong Kong, os fatores que lhes outorgaram uma alta avaliação foram dados pela longa expectativa de vida, o acesso as áreas verdes e a boa qualidade de educação. Entretanto, as longas jornadas de trabalho vão contra estes indicadores, já que, em média, superam em 20% as demais cidades analisadas.
Neste indicador, São Paulo ficou com a 39ª posição e o Rio de Janeiro com a 46ª.
“Planeta”
“Planeta” é um indicador que avalia variadas temáticas relacionadas ao meio ambiente, como acesso a água potável, contaminação atmosférica, geração de energias renováveis, gestão de resíduos, nível de vulnerabilidade em relação aos desastres naturais e presença de indústrias manufatureiras.
Apesar da maioria das 50 cidades avaliadas terem marcado mais de 90% no quesito contaminação atmosférica, foi possível reconhecer quais são as cidades que possuem um melhor desempenho ambiental. Neste sentido, as cidades europeias lideraram as 10 primeiras posições por contarem com fontes renováveis de energia.
Nesse indicador, São Paulo e Rio de Janeiro lideraram entre as cidades da América Latina, ocupando a 16ª e 17ª posição respectivamente.
As cidades asiáticas e do oriente médio ficaram com as piores colocações pois obtiveram piores avaliações no acesso à água potável, contaminação ambiental e produção de energias renováveis. Inclusive, em certas cidades do Oriente Médio, não foram encontradas fontes renováveis de energia.
“Lucros”
A sustentabilidade econômica é a principal medida deste indicador, acompanha pelo PIB e a possibilidade de fazer negócios a partir de uma perspectiva empresarial.
Assim, os primeiros lugares foram ocupados por cidades reconhecidas como centros financeiros, no entanto, o estudo reconhece que nestes lugares é mais difícil começar um negócio.
Neste indicador a Cidade do México obteve a melhor posição entre as cidades latino-americanas, ocupando o 31° lugar. São Paulo e Rio de Janeiro ficaram em 39° e 46° lugar, respectivamente.
Resultados gerais
A nível geral, as cidades europeias são as que possuem maior presença entre os 10 primeiros lugares devido ao fato de que tiveram melhores avaliações em dois dos três indicadores medidos.
Neste estudo, Frankfurt assumiu a primeira posição por vários motivos, como por exemplo, sua participação, desde 1990, na Aliança do Clima das Cidades Europeias, através da qual se comprometeu a reduzir em 10% as emissões de CO2 a cada cinco anos. Além disso, até 2050 a cidade prevê que 100% da sua energia será proveniente de fones renováveis.
Mas não somente em metas se baseia a avaliação positiva de Frankfurt; a pesquisa destaca que um terço da superfície da cidade é coberta por áreas verdes, entre as quais está o cinturão verde as margens do rio Meno. Além disso, como se trata de uma cidade compacta, a maioria dos trajetos são curtos, sendo que 15% deles são realizados em bicicleta.
Por outro lado, sobre as cidades da Ásia, como Jacarta (Indonésia), Manila (Filipinas) e Wuhan (China), o estudo indica que apesar de estarem protagonizando um rápido crescimento, ele não está sendo feito de maneira mais sustentável possível, o que as leva a ocuparem os últimos lugares.
Na lista geral, São Paulo ocupou o 31° lugar, ficando atrás apenas de Santiago (30°) entre as cidades latino-americanas avaliadas. O Rio de Janeiro ficou na 40ª colocação.
Fonte: ArchdailyBR
Nenhum comentário