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O escritório Cité e sua Slow Arquitetura Tropical

A Cité Arquitetura decidiu repensar o papel da arquitetura contemporânea para além de seguir à risca a definição de que o trabalho do arquiteto, que seria o de conceber projetos com a intenção de ordenar e organizar plasticamente os espaços para criar ambientes adequados para diversos tipos de atividades. Desde os primeiros projetos, há três anos, a empresa carioca já vinha projetando edifícios que, além de atender às necessidades das pessoas que os ocupariam, tivesse um cuidado e respeito com o contexto físico, histórico, cultural e econômico da região em que seria implantado. E, com esse modo de operar, sem se dar conta, a Cité Arquitetura já estava alinhada aos principais preceitos do slow architecture.
A sintonia foi tanta que os arquitetos Celso Rayol e Fernando Costa, decidiram rebatizar o método de trabalho da Cité - resgatando a arquitetura brasileira, em especial, a modernista carioca - de Slow Arquitetura Tropical, em uma leitura antropofágica sobre os principais pontos do movimento slow architecture, que apregoa valoriza aspectos culturais/históricos/estéticos/paisagísticos da região onde a obra será implantada para garantir a integração com o local.
É o caso do edifício Upside Araguaia, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O prédio, destinado ao uso comercial e de escritórios, “pousa” sobre uma praça linear, propiciando a convivência entre os condôminos e os moradores do bairro, além de servir como passagem para os pedestres, reforçando a integração do espaço urbano com o edifício. A contextualização do projeto dentro de sua situação climática determina o primado dos cheios sobre os vazios, solução usual na arquitetura modernista das décadas de 50 e 60 e muito adequada ao clima quente e úmido da cidade do Rio de Janeiro. O uso do vidro é controlado, mas ainda assim, o projeto garantiu a iluminação e a ventilação necessárias, além de vista para a rua de todos os escritórios. Brises e marquises foram incorporados às fachadas mais insoladas, de forma a contribuir com a proteção solar.


Foi assim, com o projeto do Residencial Lygia Reisen, implantado no bairro da Lagoa, também no Rio de Janeiro. Apesar de o bairro ser predominantemente residencial, a região reúne serviços essenciais, além de concentrar a alta gastronomia carioca. A valorização dessa ambiência e o posicionamento do lote, com sua fachada frontal para orientação norte, foram determinantes para as definições de projeto e, principalmente, da materialidade e das soluções de fachada. E os arquitetos buscaram uma equilibrada relação entre a “leveza e proteção”, definindo três camadas no plano da fachada: as varandas, os fechamentos com toldos verticais e a malha metálica vazada. Esta última, inspirada nos muxarabis (ou cobogós), um recurso criado pelos árabes para fechar parcialmente os ambientes, de modo que a pessoa que está dentro possa ter visão total do lado externo, mas com a intimidade preservada. Esse recurso também protege da incidência direta dos raios solares e, por isso, foi muito adotado pela arquitetura carioca, em especial, nos anos 1950 e 1960.
Com sede no Rio de Janeiro, a Cité Arquitetura tem projetos em vários pontos do País e possui uma carteira de clientes formada por incorporadoras gigantes. Entre elas, EVEN, Cyrella, PDG e Gafisa. Em 2014, o projeto Mirador, ganhou o prêmio da categoria edifício multifamiliares da Associação Brasileira dos Escritórios do Rio de Janeiro (ASBEA-RJ).

Sobre Slow Architecture 

Esse movimento é relativamente novo e, a cada ano que passa, tem ganhado mais adeptos no mundo. Surgido a partir do conceito slow food, lançado em meados dos anos 1980, pelo jornalista italiano Carlo Petrini, que prega o prazer de comer bem e propõe uma mudança comportamental ao defender a responsabilidade sobre a herança culinária, as tradições e culturas, além de ter a preocupação de tornar sustentável a relação do cultivo do alimento com o meio ambiente.
A partir desse conceito, que inicialmente era ligado apenas à gastronomia, desenvolveram-se culturas semelhantes em outras áreas. Entre elas, slow cities, slow living, slow design e a slow architecture.
E no caso da slow architecture, o movimento parte do princípio que uma cidade sem memória perde seu passado e, com isso, seu futuro. Por essa razão, entende que cada edifício erguido deve estar integrado à paisagem, a história e a cultura local. Porque, além de definir a forma que a cidade tem no presente, deverá manter essa harmonia com a região também no futuro.
 

Da Redação, original R7.
Fonte: Obra24horas.

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