Especialista do IPT Responde a dúvidas técnicas sobre cura de pré-moldados e corrosão de perfis metálicos:
Cura de pré-moldados
Qual a técnica mais indicada para a cura de placas
pré-moldadas? Notamos que, sem realizar nenhuma cura, surgem fissuras
nas placas em determinados dias.
Cura a vapor é a melhor técnica para as reações iniciais de
hidratação do cimento em componentes de concreto, moldados no local ou
pré-moldados. Nesse caso, a temperatura atua como catalisador das
reações de hidratação e a saturação do ar com vapor de água garante a
quantidade necessária do líquido para o processamento das reações e
formação do gel. A ocorrência de fissuras superficiais se deve à rápida
evaporação da água para o ambiente, ocorrendo retração na superfície que
não é acompanhada pelo concreto presente no núcleo da peça, que se
encontra ainda umedecido. Além do traço, relação água-cimento e tipo de
cimento, o desenvolvimento das fissuras superficiais é influenciado pela
temperatura e pela umidade relativa do ar do ambiente (quanto menor a
umidade do ar, maior a velocidade de evaporação) e pelo fator de forma
das placas, representado pela relação volume-área exposta. Nesse último
aspecto, quanto mais delgada for a placa, maiores os riscos de
fissuração superficial. No seu caso, presumindo que não disponha de
processo de cura a vapor, recomendamos curar as placas em câmara úmida
ou, pelo menos, cobri-las com lona plástica logo após a moldagem,
mantendo sob a lona recipientes contendo água.
Engenheiro Ercio Thomaz
Cetac - Centro Tecnológico do Ambiente Construíd
Corrosão galvânica
Em que situações ocorre a corrosão galvânica em estruturas
metálicas e quais as medidas de proteção para evitá-la? Perfis de Light
Steel Framing e de paredes de drywall estão sujeitos a esse tipo de
patologia?
Corrosão galvânica tende a ocorrer sempre que estiverem em contato
metais com potencial elétrico diferente, ou quando entre os mesmos
existir um meio condutor de íons, como a água, por exemplo. Quanto maior
a diferença de potencial, maior a velocidade das reações de corrosão,
ocorrendo reações de oxidação na zona anódica (corrosão do metal) e
reações de redução na zona catódica (eletrodeposição). O fenômeno pode
ser colocado a nosso favor, por exemplo, quando revestimos uma chapa de
aço com uma camada de zinco, formando-se um par galvânico que tenderá a
produzir corrosão no zinco (metal de sacrifício) e não no aço. Em
estruturas metálicas convencionais a corrosão galvânica poderá ocorrer
sempre que se empregar nas soldagens eletrodos com propriedades
significativamente distintas do aço constituinte da estrutura, o mesmo
podendo ocorrer com parafusos ou rebites. A corrosão poderá ainda ser
induzida por diferenças de potencial resultantes de falhas no processo
siderúrgico (heterogeneidades no interior do metal) ou por outros
fatores, como diferentes solicitações mecânicas ao longo de um mesmo
componente (por exemplo, dobramentos que criam na estrutura do metal
encruamentos localizados) ou mesmo correntes erráticas oriundas de
estradas de ferro ou metrô, usinas etc. Perfis leves utilizados na
estruturação de drywall ou light steel framing estão sujeitos aos mesmos
fenômenos acima, só que nesse caso o aço estará protegido por camada
superficial de zinco. Todavia, a proteção é removida nas seções de corte
e perfuração, que poderão tornar-se bastante susceptíveis à corrosão,
já que nessa condição foram criados pares com grande diferença de
potencial, ou seja, zonas com o aço desprotegido e regiões com o aço
totalmente protegido pelo zinco. Problema mais sério de corrosão pode
ocorrer nas bases dessas paredes, quando não foi efetuada adequada
impermeabilização ou quando ocorre infiltração de umidade, recomendando-
-se que a cota de apoio das guias de aço esteja sempre acima da cota
dos pisos.
Engenheiro Ercio Thomaz
Cetac - Centro Tecnológico do Ambiente Construído
Fonte: Téchne
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